O
alvo da “Operação
Iguaçu – Água Grande” ,
que apura casos de poluição no Rio Iguaçu, aCompanhia
de Saneamento do Paraná (Sanepar) foi
classificada pela Polícia
Federal (PF) como
uma “empresa de fachada”. Segundo o delegado
Rubens Lopes da Silva, a
companhia cobra dos usuários pelo tratamento de esgoto, mas não
executa os serviços. As investigações apontam que todas as
estações da Sanepar atuam de forma ilegal no estado. Por conta
disso, a PF vai indiciar 30 gestores da empresa por estelionato. A PF
também apontou a Sanepar como “a maior poluidora do Rio Iguaçu”,
o que a empresa nega.
As
investigações revelam que 20% das estações de tratamento de
esgoto da companhia atuam clandestinamente: elas sequer existem
juridicamente e funcionam sem licenças de operação. Segundo a PF,
a companhia lança os efluentes em cursos d’água sem qualquer
tratamento, em "clara agressão ambiental à coletividade, à
fauna e à flora".
"A Sanepar não é responsável pela poluição do Rio Iguaçu", diz diretor presidente em exercício
O
diretor presidente em exercício da Sanepar, Antônio Hallage,
informou que a empresa foi surpreendida com a ação policial e que
o órgão está indignado com a interpretação dada pela PF. “A
Sanepar não é responsável pela poluição do Rio Iguaçu, que
recebe ligações clandestinas de esgoto de terceiros e dejetos de
diversas indústrias e setores agrícolas. Pelo contrário,
trabalhamos pela preservação do rio”, afirmou.
Hallage
deu a entender que a ação possa ter tido cunho político.
“Estranhamos uma ação em meio a greve da Polícia Federal e àsvésperas das eleições municipais”, afirmou. O diretor presidente disse ainda que a empresa estuda providências jurídicas contra o relatório. “Queremos reestabelecer a verdade e eventualmente responsabilizar por calúnia os autores dessa operação”.
Nesta quinta-feira, a PF e o Ibama cumpriram 30 mandados de busca e apreensão em 19 cidades do Paraná. De acordo com o delegado Rubens Lopes da Silva, a própria Sanepar elaborava relatórios internos sobre o lançamento de efluentes nos rios e sobre o impacto ambiental causado. Os documentos, no entanto, eram considerados sigilosos e só circulavam dentro da empresa.
Há
cerca de cinco anos, a Sanepar não repassa ao Ibama documentos
exigidos sobre o tratamento de esgoto. Por conta disso, há 1,8 mil
dias a companhia tem sido autuada, com multa diária no valor de R$
20 mil.
Até
o fim da manhã desta quinta-feira, outras quatro multas diárias,
somando R$ 200 mil, foram aplicadas pelo Ibama. A estimativa é de
que mais autos de infração sejam lavrados até o fim desta
quinta-feira.
Durante
a tarde desta quinta, seis motoristas de caminhões do tipo
limpa-fossa foram presos na Estação de Tratamento do Esgoto do Rio
Belém, em Curitiba, ao despejar esgoto diretamente no rio. Um
funcionário da Sanepar também teria sido preso em flagrante.
As
investigações da “Operação Iguaçu – Água Grande”
começaram em 2009. Até esta quinta-feira, as equipes percorreram –
de helicóptero e de barco – mais de 15 mil quilômetros e
coletaram mais de 430 análises laboratoriais em material,
encaminhados principalmente à Unicamp.
Investigação do MP-PR
A Promotoria
de Justiça de Defesa do Consumidor de Curitiba anunciou
nesta quinta-feira (20) que irá investigar a prestação de serviço
da Sanepar. O Ministério
Público do Paraná informou
em nota que já iniciou a coleta de documentos para iniciar as
investigações em todo o estado.
De
acordo com os promotores de Justiça autores do procedimento,
Maximiliano Ribeiro Deliberador e Michele Rocio Maia Zardo, a ação
tem como finalidade apurar se a companhia cobra dos consumidores pelo
tratamento de esgoto, mas não executa os serviços, assim como
informou a Polícia Federal.
Outros
poluidores
O
delegado da PF informou que, além da Sanepar, outros 180 suspeitos
de poluírem o Rio Iguaçu também estão sendo investigados. Nesta
etapa, no entanto, foram revelados detalhes apenas da companhia de
saneamento, por apresentar o maior volume de irregularidades. Os
trabalhos devem continuar.
Pitaco
da Viúva
Não
acredito que o Ministério Público do Parana, o Ibama e a nossa
Gloriosa Polícia Federal vão desde 2009 deflagrar uma teoria da
conspiração contra a Sanepar sobre a qual existe uma tão nunca
explicada suspeita de estarem injetando um hurricane ou mesmo um
twister nas tubulações que levam agua aos nossos relógios. Isso
não é uma acusação e sim uma suspeita que merece uma investigação
da turma do MythBusters
do Discovery Channel.
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