Mentirinha...
A
história poderia até ser engraçada, caso não fosse trágica. Uma
mulher com mais de 70 anos foi abordada por vigaristas e caiu num
daqueles “contos” dos mais batidos, tipo o do “bilhete
premiado” ou o do “cheque no pé”. A coitada foi tão
ludibriada que “rapou” o cofre de casa, apanhando todas as jóias
da família, e também duas contas bancárias, zerando os saldos. A
grana, uma pequena fortuna, foi entregue aos salafrários, que
fugiram saltitantes, possivelmente a comemorar mais uma falcatrua de
sucesso. Sim, mais uma, porque indivíduos desta estirpe só podem
ser profissionais que vivem das maldades que praticam, fazendo
vítimas preferenciais velhinhas (e velhinhos) indefesos e
gananciosos.
Como
se não bastasse o rombo nas finanças, o caso ainda foi publicado em
jornal. Estranhamente numa coluna social, o que leva a crer que a
senhora lesada é da alta sociedade. Mas, pior de tudo, é que alguém
quis “dourar a pílula”, inventando uma história ainda mais
irreal do que a empregada pelos vigaristas. No breve relato impresso,
explicava-se que a vítima foi abordada por uma alguém que lhe pediu
uma informação e lhe mostrou um pedaço de papel com o endereço
procurado. Tal pedaço de papel estaria impregnado de alguma
substância mágica que desorientou a pobre coitada e esta então foi
convencida e entregar seus bens aos safados.
O
engraçado é a evolução na desculpa encontrada para cair no golpe.
Antigamente, as pessoas lesadas por estelionatários, envergonhadas
de terem sido enganadas, contavam à polícia que “tinham jogado
uma fumacinha na cara delas” e isso as hipnotizara. A situação
era tão comum, que muitas vezes os jornalistas chegavam para fazer a
reportagem sobre o causo e o delegado já adiantava, rindo: “É
mais um do golpe da fumacinha”. Só depois de muita insistência
por parte da polícia, é que a vítima revelava o vacilo.
Ao
invés de arrumarem desculpas, as pessoas precisam se conscientizar
que só cai em golpe quem quer ser mais malandro que o malandro, já
que este “trabalha” com promessa de ganho fácil e desperta a
ganância no outro. Orientar os idosos de que dinheiro não cai do
céu e de que qualquer oferta de ganho generoso feita por
desconhecido é cem por cento de certeza de golpe é muito melhor e
mais honesto do que inventar histórias de fumacinhas e afins. Ainda
é bom lembrar que só contando a verdade é que a polícia tem
condições de fazer investigações e prender os criminosos.
Pitaco
da Viúva
Nunca
é demais falar que a reportagem da colunista Mara da Tribuna do
Paraná divulgada ontem , por mais velha que possa ser continua ativa
nos dias de hoje, fazendo um numero elevadíssimo de “clientes”
da melhor idade, os quais acreditam piamente que vão ganhar pequenas
fortunas por conta da burrice dos caras que estão tentando lhe
vender um bilhete premiado ou coisa que o valha, por não saberem
como descontá-lo. Certa vez tive o azar de confiar em um meu Office
Boy, mandando-o ao banco para retirar o salário de um dos meus
gerentes, o qual estava naquele momento necessitando dos seus
préstimos. Resolvi matar dois coelhos com uma só “Caixa D’água”,
dando um afazer para o garoto que estava coçando o saco, me livrando
assim de uma tarefa o que me permitiria algumas horas a mais em uma
sauna no Circulo Militar com meus amigos para colocarmos as fofocas
em dia.
De
repente, não mais que de repente me aparece o garoto “tinha uns 17
anos”, chorando com a desculpa que fora aliviado do dim dim do
gerente por um casal que enquanto a mulher fazia graça chamando-o de
bonitinho e passava a mão no bilau dele, o homem como em um passe de
mágica sacava um canivete recitando o tradicional, ou o dinheiro ou
a vida, fazendo-o se borrar de medo e entregar o dinheiro que ao
contrário da vida, não era seu.
Dois
anos depois estava eu desfrutando de um cachorro quente na Cruz
Machado, lá no Chico, quando o dono me apontou um casal que ali
entrara como sendo um a dupla especializada em aliar os bolsos de
idosos e moleques Office Boys que transitavam em bancos pagando
contas ou descontando cheques para pagamentos diversos para as suas
empresas.
Lembro
que um pouco antes eu havia feito um contrato da Goldem Cross com uma
churrascaria e que o casal de proprietários haviam pago a
implantação do contrato em dinheiro, o que fazia um bom volume por
ter notas de diversos valores.
Sabendo
que a cobiça de todo malandro agulha é ativada pela oportunidade
dada por idiotas, comecei a falar alto com o meu amigo dono do
estabelecimento apanhando a pasta que eu sempre deixava por detrás
do balcão, abaixo do caixa e lhe mostrei a dinheirada que havia
ganho, não antes sem lhe dar uma piscadinha, o que foi suficiente
para o casal só faltar bater palmas por terem encontrado o seu santo
otário de cada dia.
Depois
de um tempo pedi ao meu amigo que guardasse a minha pequena fortuna
enquanto daria um pulinho em um dos muitos puteiros das proximidades
para ver se encontrava uma gata que eu conhecia para me acompanhar
noite a dentro depois da sua função que era a de Strip tease da
boate. O casal me esperou enquanto eu dentro do melhor comércio do
mundo, onde se o proprietário não ganha dinheiro pode como
consolação comer o estoque, armava a arataca para o casal vinte.
Quando
finalmente voltei já cheguei chutando o balde dizendo que tinha
tomado algumas doses de whisky e que iria buscar a lindona para uma
noite inesquecível de amor.
Caprichando
nos gestos de torrefação e moagem “cara bêbado”, dei mais uma
piscadinha pro meu amigo e saímos de lá lédidos e faceiros, eu e a
minha pasta rumo a alegria, e é obvio, acompanhado de perto pelo
casal vinte. Não andei nem 20 metros e o cara me intimou na base do,
e aí me irmão, você iscolhe, ou me passa a grana ou vai acabar
comendo capim pela raizzzz. Era um sotaque forçado, desgraçado de
carioca não da gema e sim do fiofó do ovo.
Aí
meu irmão, leva a grana, purque a vida só tenho uma, me esforcei em
imitar o seu sotaque.
O
Cara pegou a pasta mais feliz que chupim, o pássaro, quando encontra
um monte de erda recheado de bichinhos. Não deu nem dez passos
quando foi cercado por uma turma da PM a paisana que infestavam
aquela área, ou trabalhando como seguranças das casas noturnas ou
investigando vagabundos como os dois que davam mole na região
assaltando frequentadores das casas noturnas quando saiam mamados.
Não
deu nem nega, me aproximei dos já algemados e lhes comuniquei que o
presente era dado em homenagem ao jovem Office Boy que ambos haviam
achacado na saída do Bamerindus da Comendador Araujo.
PÔ
meu, qual delis, me perguntou o agulha, sendo corroborado por um dos
PMs que me disse , a lista é grande, o teu Boy não foi o único
roubado pela dupla.
Isso
me fez chegar a conclusão que um numero grande da garotada de hoje,
igual aos daquela época continuam sendo os mesmos otários, só
trocando o cargo de Office Boy pelo de passadores de drogas e alguns
como executores de viciados vacilões que compram e não pagam.
Tenho
dois sobrinhos na casa dos quatro e cinco anos, o Mihaizinho e o Ale,
eles estão tendo a melhor educação possível por parte dos pais e
no caso do Ale que mora mais próximo, do tio que é esse que vos
escreve. Se eu tenho hoje uma obrigação é a de zelar por eles,
porque com relação a Julia de nove anos estou tranqüilo por ser
ela uma menina ABENÇOADA que só vai dar alegria a nossa família de
tão cabeça que é.
Quanto
a velhinha da família que é minha mãe de 88 anos, com essa não
nos preocupamos, pois a muito tempo tomamos todas as decisões por
ela não dando brecha para que philideputis como os abordados na
reportagem da Mara possam tirar proveito dela ou colocar a sua
integridade física em risco.
Quem
tem velhinho na família que cuidem, porque os vagabundos estão aí
de olho neles.
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