sexta-feira, 20 de julho de 2012

Sobre uma das cronicas da Mara


Mentirinha...

A história poderia até ser engraçada, caso não fosse trágica. Uma mulher com mais de 70 anos foi abordada por vigaristas e caiu num daqueles “contos” dos mais batidos, tipo o do “bilhete premiado” ou o do “cheque no pé”. A coitada foi tão ludibriada que “rapou” o cofre de casa, apanhando todas as jóias da família, e também duas contas bancárias, zerando os saldos. A grana, uma pequena fortuna, foi entregue aos salafrários, que fugiram saltitantes, possivelmente a comemorar mais uma falcatrua de sucesso. Sim, mais uma, porque indivíduos desta estirpe só podem ser profissionais que vivem das maldades que praticam, fazendo vítimas preferenciais velhinhas (e velhinhos) indefesos e gananciosos.

Como se não bastasse o rombo nas finanças, o caso ainda foi publicado em jornal. Estranhamente numa coluna social, o que leva a crer que a senhora lesada é da alta sociedade. Mas, pior de tudo, é que alguém quis “dourar a pílula”, inventando uma história ainda mais irreal do que a empregada pelos vigaristas. No breve relato impresso, explicava-se que a vítima foi abordada por uma alguém que lhe pediu uma informação e lhe mostrou um pedaço de papel com o endereço procurado. Tal pedaço de papel estaria impregnado de alguma substância mágica que desorientou a pobre coitada e esta então foi convencida e entregar seus bens aos safados.

O engraçado é a evolução na desculpa encontrada para cair no golpe. Antigamente, as pessoas lesadas por estelionatários, envergonhadas de terem sido enganadas, contavam à polícia que “tinham jogado uma fumacinha na cara delas” e isso as hipnotizara. A situação era tão comum, que muitas vezes os jornalistas chegavam para fazer a reportagem sobre o causo e o delegado já adiantava, rindo: “É mais um do golpe da fumacinha”. Só depois de muita insistência por parte da polícia, é que a vítima revelava o vacilo.

Ao invés de arrumarem desculpas, as pessoas precisam se conscientizar que só cai em golpe quem quer ser mais malandro que o malandro, já que este “trabalha” com promessa de ganho fácil e desperta a ganância no outro. Orientar os idosos de que dinheiro não cai do céu e de que qualquer oferta de ganho generoso feita por desconhecido é cem por cento de certeza de golpe é muito melhor e mais honesto do que inventar histórias de fumacinhas e afins. Ainda é bom lembrar que só contando a verdade é que a polícia tem condições de fazer investigações e prender os criminosos.

Pitaco da Viúva

Nunca é demais falar que a reportagem da colunista Mara da Tribuna do Paraná divulgada ontem , por mais velha que possa ser continua ativa nos dias de hoje, fazendo um numero elevadíssimo de “clientes” da melhor idade, os quais acreditam piamente que vão ganhar pequenas fortunas por conta da burrice dos caras que estão tentando lhe vender um bilhete premiado ou coisa que o valha, por não saberem como descontá-lo. Certa vez tive o azar de confiar em um meu Office Boy, mandando-o ao banco para retirar o salário de um dos meus gerentes, o qual estava naquele momento necessitando dos seus préstimos. Resolvi matar dois coelhos com uma só “Caixa D’água”, dando um afazer para o garoto que estava coçando o saco, me livrando assim de uma tarefa o que me permitiria algumas horas a mais em uma sauna no Circulo Militar com meus amigos para colocarmos as fofocas em dia.
De repente, não mais que de repente me aparece o garoto “tinha uns 17 anos”, chorando com a desculpa que fora aliviado do dim dim do gerente por um casal que enquanto a mulher fazia graça chamando-o de bonitinho e passava a mão no bilau dele, o homem como em um passe de mágica sacava um canivete recitando o tradicional, ou o dinheiro ou a vida, fazendo-o se borrar de medo e entregar o dinheiro que ao contrário da vida, não era seu.
Dois anos depois estava eu desfrutando de um cachorro quente na Cruz Machado, lá no Chico, quando o dono me apontou um casal que ali entrara como sendo um a dupla especializada em aliar os bolsos de idosos e moleques Office Boys que transitavam em bancos pagando contas ou descontando cheques para pagamentos diversos para as suas empresas.
Lembro que um pouco antes eu havia feito um contrato da Goldem Cross com uma churrascaria e que o casal de proprietários haviam pago a implantação do contrato em dinheiro, o que fazia um bom volume por ter notas de diversos valores.
Sabendo que a cobiça de todo malandro agulha é ativada pela oportunidade dada por idiotas, comecei a falar alto com o meu amigo dono do estabelecimento apanhando a pasta que eu sempre deixava por detrás do balcão, abaixo do caixa e lhe mostrei a dinheirada que havia ganho, não antes sem lhe dar uma piscadinha, o que foi suficiente para o casal só faltar bater palmas por terem encontrado o seu santo otário de cada dia.
Depois de um tempo pedi ao meu amigo que guardasse a minha pequena fortuna enquanto daria um pulinho em um dos muitos puteiros das proximidades para ver se encontrava uma gata que eu conhecia para me acompanhar noite a dentro depois da sua função que era a de Strip tease da boate. O casal me esperou enquanto eu dentro do melhor comércio do mundo, onde se o proprietário não ganha dinheiro pode como consolação comer o estoque, armava a arataca para o casal vinte.
Quando finalmente voltei já cheguei chutando o balde dizendo que tinha tomado algumas doses de whisky e que iria buscar a lindona para uma noite inesquecível de amor.
Caprichando nos gestos de torrefação e moagem “cara bêbado”, dei mais uma piscadinha pro meu amigo e saímos de lá lédidos e faceiros, eu e a minha pasta rumo a alegria, e é obvio, acompanhado de perto pelo casal vinte. Não andei nem 20 metros e o cara me intimou na base do, e aí me irmão, você iscolhe, ou me passa a grana ou vai acabar comendo capim pela raizzzz. Era um sotaque forçado, desgraçado de carioca não da gema e sim do fiofó do ovo.
Aí meu irmão, leva a grana, purque a vida só tenho uma, me esforcei em imitar o seu sotaque.
O Cara pegou a pasta mais feliz que chupim, o pássaro, quando encontra um monte de erda recheado de bichinhos. Não deu nem dez passos quando foi cercado por uma turma da PM a paisana que infestavam aquela área, ou trabalhando como seguranças das casas noturnas ou investigando vagabundos como os dois que davam mole na região assaltando frequentadores das casas noturnas quando saiam mamados.
Não deu nem nega, me aproximei dos já algemados e lhes comuniquei que o presente era dado em homenagem ao jovem Office Boy que ambos haviam achacado na saída do Bamerindus da Comendador Araujo.
PÔ meu, qual delis, me perguntou o agulha, sendo corroborado por um dos PMs que me disse , a lista é grande, o teu Boy não foi o único roubado pela dupla.
Isso me fez chegar a conclusão que um numero grande da garotada de hoje, igual aos daquela época continuam sendo os mesmos otários, só trocando o cargo de Office Boy pelo de passadores de drogas e alguns como executores de viciados vacilões que compram e não pagam.
Tenho dois sobrinhos na casa dos quatro e cinco anos, o Mihaizinho e o Ale, eles estão tendo a melhor educação possível por parte dos pais e no caso do Ale que mora mais próximo, do tio que é esse que vos escreve. Se eu tenho hoje uma obrigação é a de zelar por eles, porque com relação a Julia de nove anos estou tranqüilo por ser ela uma menina ABENÇOADA que só vai dar alegria a nossa família de tão cabeça que é.

Quanto a velhinha da família que é minha mãe de 88 anos, com essa não nos preocupamos, pois a muito tempo tomamos todas as decisões por ela não dando brecha para que philideputis como os abordados na reportagem da Mara possam tirar proveito dela ou colocar a sua integridade física em risco.
Quem tem velhinho na família que cuidem, porque os vagabundos estão aí de olho neles.

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