segunda-feira, 16 de junho de 2008

Com estes amigos !!!

Com estes amigos...
Tenho uma compensação em forma de palavras para cada besteira que os meus amigos fazem. As vezes cola, outras vezes não, e quando isso ocorre tenho se ser mais rápido que a bobagem que estão prestes a cometer. Para mim mesmo minto que os amigos tendo saúde, o resto a gente perdoa, o que não me exime de vez em quando ao presenciar o tamanho da bobagem que fazem, de ter o grande desejo de jogar tudo para o alto e deixar que a natureza tome conta, só para ver se o sequelado mental aprende. Mas esta vontade de vê-los sifu, é só por uns poucos segundos, porque aí a amizade fala mais alto e acabo sempre intervindo.
Estou escrevendo isso porque no sábado estava com a galera tomando umas cervejas quando do apareceu o Toninho, desesperado perguntando a todos onde podia comprar um revolver para acertas as contas com o Betão, indivíduo de má índole que tinha como passatempo, colocar chapéu de vaca na cabeça de todos aqueles que desfilassem ao seu lado com alguma totosa que olhasse para o seu lado.
A Virginia, noiva do Toninho foi uma delas e tudo corria maravilhosamente bem até o Tonico descobrir, a aí, alem dos chifres teve que agüentar o sarro do Betão que era infinitamente maior que ele.
O Toninho sentou-se a nossa mesa e depois de desfilar o seu rosário corno teve que esperar a turma desfilar conselhos os quais em sua grande maioria o desaconselhavam a buscar vingança junto ao seu desafeto, porque independente do resultado o mundo teria consciência que ele era corno, só faltando definir o status que seria manso ou bravo. Uma hora, depois de ser convencido a esquecer este negócio de arma, o Tonico começou a beber como gente grande, e quanto mais bebia mais se configurava em um certo local abaixo de sua galhada a certeza que poderia com o Betão no braço, pois segundo o seu entendimento um cara que toma anabolizantes e que em pouco tempo não conseguirá mais levantar o pinto, teria uma enorme dificuldade de levantar um braço para lhe dar uma porrada. Não tenho a mínima idéia de onde um corno tira idéias deste tipo, só sei que quando sai do banheiro onde fui depositas os primeiros copos da pega leve que estávamos tomando, me disseram que o Tonico havia se enchido de coragem e partido para a academia que o Betão treinava para lhe dar uma pequena lição sobre nunca mais se meter com a mulher dos outros.
Imediatamente me vi todos os dias visitando o meu amigo na clinica de poli traumatismo do Hospital de Nossa Senhora do Azulivrinho, setor azulivraço, que seria onde ele deveria ficar por uns seis meses, depois de se meter a besta achando que o Betão respeitaria o preceito de que com bêbado não se briga, porque se bate o cara vira covarde por bater em um bêbado e se apanha, vira bundão por apanhar de um bêbado.
Com relação ao Betão isso nunca iria funcionar porque ele era o tipo do cara parecido com aqueles pistoleiros de filmes de bang bang italianos, que andam com as marcas de suas vitimas riscadas na coronha do revolver. O Tonico seria apenas mais uma daquelas marcas, como quase foi o que vos escreve, que só se livrou de virar chifrudo ou amassado, por ter dito ao Betão, que era inimigo numero um de fazer força brigando, depois que comprei um trinta e oito especial, conhecido como revolver de delegado e ter quase derretido o cano de tanto atirar em alvos a cento e cinqüenta metros não errando nenhum deles.
O Toninho não teria esta sorte porque todos inclusive o Betão sabia que ele havia até participado de uma passeata a favor do desarmamento, chegando a comprar por cinqüenta reais cada, uma dúzia de garruchas, que tenho certeza embora ele não tenha confessado, as levou nos postos de coleta ganhando uma graninha extra se empolgando e dizendo que eram de sua coleção particular herdada de um avô que morava na Amazonia, esquina com o Pantanal. Felizmente o cara que o atendeu não fazia parte da Gloriosa e era mais burro que ele por também não saber que Amazônia e Pantanal não são a Ypiranga com a São João para se cruzarem.
Quando o alcancei ele já havia entrado na academia e devia ter feito um forfé, responsável pelo silêncio sepulcral de todos os que ali se faziam presentes. Vendo também eu, pela primeira vez o Betão sem camiseta, achei que devia ter dito que treinava com escopeta e não com 38, dado a configuração de Sansão peito de vaca que o cara aparentava.
Mesmo assim o Tonico ainda queria briga e não adiantou eu ter mandado ele prestar atenção na seção de pavoneamento que o seu adornador de cabeça estava praticando, com se fossem gestos de alterofilista perante os juízes. Para vocês terem uma idéia, o cara possuía uma tatuagem no setceps do braço direito, sim porque chamar aquilo de bíceps é pura ignorância.
Com a atenção do público voltada para o chifrador do meu amigo, me aproveitei para chegar mais perto do Tonico fazendo gesto para o Betão que eu estava armado, graças a Deus sendo compreendido, para em seguida tentar colocar um pouco de juízo naquela cabeça cocôlha, e ainda por cima cheia de manguaça.
Não resolveu porcaria nenhuma, o Toninho pelo menos com relação a disposição tinha se transformado em Tonhão, o que por si só não acrecenta absolutamente nada em uma briga com o Betão. Como ultima esperança olhei para o meu amigo e lhe disse que a sua única esperança em não virar sucrilho de Toninho depois que o Betão o pegar seria enfrentá-lo usando a sua arma mais letal que seriam os chifres.
Porque eu fui disser isso, com um sorriso de satisfação o Toninho olhou para mim sorrindo, dizendo ser aquela uma grande idéia para em seguida abaixar a cabeça e se atirar para cima do Betão.
Está foi a história do meu grande amigo corno Toninho, o qual se encontra ainda um pouco debilitado mas com chances de sair do estado de coma induzido em que se encontra em mais ou menos uma semana. Se me derem licença vou visitá-lo no hospital aproveitando para passar em uma loja de armas para comprar uma doze de canos duplos para em seguida levá-la a um armeiro para que serre os canos a transformando em escopeta, pois um filho de uma égua andou convencendo o Betão que era mentira o fato de eu atirar de trinta e oito bem pacagaio. Sabem como é, cuidado e caldo de galinha não fazem mal a ninguém!!!

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