Mariana OliveiraDo G1, em Brasília
O
mesário que hostilizou, durante a votação do último domingo (28),
o revisor do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF),
ministro Ricardo Lewandowski, mandou uma carta com pedido de
desculpas, informou nesta terça (30) o gabinete do ministro. Na
carta, o rapaz se diz arrependido de ter dito ao magistrado para ele
mandar um abraço para José Dirceu.
Durante
o julgamento do mensalão, o ministro votou pela absolvição do
ex-ministro da Casa Civil José Dirceu por entender que não havia
provas de que ele comandou um esquema de compra de votos no Congresso
em troca de apoio político ao governo do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. Segundo o gabinete, o rapaz foi à casa do ministro em
São Paulo, tentou falar pessoalmente com Lewandowski, mas ele não
estava em casa. O mesário se disse emocionado e deixou uma carta com
pedido de desculpas. A segurança do ministro identificou pelo nome e
outros dados que o rapaz era mesmo o mesário que trabalhava na seção
eleitoral de Lewandowski no último domingo."Venho por meio
desta carta pedir perdão pelo meu comportamento no dia de
28/10/2012, segundo turno das eleições para prefeito da cidade de
São Paulo. Estou profundamente arrependido de ter ofendido, sei que
o senhor está muito bravo tanto pelo ocorrido como também pela
repercussão que tal episódio gerou", diz a carta, segundo o
gabinete, o ministro "em termos criminais" aceitou o pedido
de desculpas, o que significa que Lewandowski não pretende ingressar
com nenhuma ação contra o jovem. Ainda de acordo com o gabinete,
Lewandowski decidiu não informar o nome do mesário envolvido para
não expor o rapaz. O gabinete informou que, durante a votação,
foram registrados dois episódios de hostilidade ao ministro. Um do
mesário e outro de uma mulher que teria dito que tem "nojo"
do ministro. Lewandowski nega que tenha ouvido outros xingamentos ou
hostilidades. Embora o ministro não queira questionar criminalmente
a atitude do mesário, o gabinete informou que o juiz eleitoral da
área do mesário pode responsabilizá-lo administrativamente, por
ter ofendido um eleitor. Presidente
do SupremoNesta
segunda (29), o presidente do Supremo, Carlos Ayres Britto, disse que
ligou na noite de domingo para o colega para saber o que ocorreu na
seção eleitoral.
"Claro
que já liguei com o propósito de dar assistência a ele, de ver se
estava precisando de alguma coisa. Ele disse que não foi bem assim,
que não recebeu uma hostilidade coletiva, uma agressão, um insulto
público. Não houve essa dimensão macro, nem mesmo grupal. Ele
recebeu uma indelicadeza por parte de uma mulher, que passou e disse
qualquer coisa, uma palavrinha ofensiva, indelicada. E de um mesário,
que falou se era da turma do José Dirceu, pediu para mandar um
abraço a ele."
Para
Britto, Lewandowski poderia dar voz de prisão ao mesário por
desacato. "Mas ele estava ali como eleitor, foi exercer o
direito dele de cidadão e não estava com espírito preparado para
entrar em polêmica. Não é verdade que ele estivesse sob
hostilidade coletiva. Eu também me tranquilizei, foi uma coisa mais
episódica, localizada. Se fosse realmente algo mais encorpado, do
ponto de vista numérico, seria extremamente preocupante."
O
presidente do Supremo também destacou que nenhum juiz pode ser
hostilizado em razão de suas decisões.
"Cada
ministro vota de acordo com a sua consciência e a sua ciência do
direito. E o fato é que Lewandowski tem votado com toda a
consistência técnica, isenção, distanciamento das partes,
transparência e desassombro, sem medo e sem receio de desagradar a
quem quer que seja. É um dever de todos nós votar assim. Com isso,
não estou dizendo que estejamos imunes a críticas, partam elas de
qualquer setor. Todos nós estamos sujeitos a críticas, quanto a
qualidade do nosso voto, da fundamentação. Mas que não descambe
para o desacato, para a ofensa pessoal, porque aí a própria ordem
jurídica resulta violada."
Pitaco
da Viúva
O
garoto disse o que estava sentindo, depois vendo que um cidadão como
este poderia atrapalhar o seu futuro foi pedir desculpas pessoalmente
ao Ministro e o mesmo sabendo que devido aos acontecimentos perante a
opinião pública não tinha assim tantas garrafas vazias para vender
deu uma de João sem Braço pousando de paizão deixando o dito pelo
não dito.
O
Ministro tem idade suficiente para não necessitar de conselhos,
como também deveria ter para conhecer a lei de Newton que diz que "À
toda ação corresponde uma reação de mesma intensidade, mesma
direção e em sentido contrário".
Alem
do ocorrido, nada de diferente aconteceu quando o Ministro foi votar.
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