Pensamento do dia
Preserve os gatos pingados.
Afinal, eles são só meia dúzia.
Crônicas da minha terra
Comecei ontem pela coluna do Luiz Alfredo Malucelli com dois histórias que com toda a certeza devem ter feito rir até o mais mau humorado dos viventes.
A cada sábado estarei escolhendo um cronista diferente para mostrar o cotidiano da crônica paranaense, em especial a de Curitiba que é não fica devendo a nenhum cronista deste país tanto em virtudes como em defeitos.
Hoje reproduzirei uma das maravilhosas crônicas da jornalista Mara Cornelsen, a qual já tive a honra de expor alguns dos seus artigos aqui neste blog.
A Mara é jornalista exercendo as funções de coordenadora de equipe e editora da Tribuna do Paraná, um dos dois maiores veículos de informações do sul do Brasil.
Quando mais a gente reza...
Vou chamá-la de "Juli". A forma mais carinhosa que encontrei para tentar consolá-la do sofrimento que tem passado e também, porque não dizer, da raiva de ser uma cidadã curitibana, cumpridora de suas obrigações, que a se ver à mercê da violência não recebeu nenhuma atenção dos organismos de segurança e ainda foi ofendida brutalmente por um policial fardado. Isso mesmo! Ofendida!
Vamos aos fatos. Juli caminhava pela Rua Ângelo Sampaio, há duas semanas, quando apareceram dois sujeitos que a agrediram e roubaram seu celular. Gentilmente socorrida por um motoboy, pelo celular do rapaz telefonou para a Polícia Militar, pelo 190. O atendente garantiu que encaminharia uma viatura para o local em seguida. Ela esperou uma hora e meia (haja paciência) e foi embora, sem atendimento.
Moradores da região dizem que é useiro e vezeiro acontecer assaltos iguais por ali. Só a polícia não vê. No dia seguinte, ela foi até a delegacia e registrou a queixa, como é aconselhável a todo cidadão. Desde então, ninguém a procurou, nem mesmo para saber a descrição dos ladrões, que devem estar fazendo outras vítimas nas mesmas paragens.
Juli disse que se resignou com o fato, coisa comum de acontecer quando a gente não tem a ajuda de quem deveria nos ajudar. Afinal, o prejuízo não foi tão grande. Era só um celular. O duro mesmo foi ser agredida por bandidos imundos que lhe tomaram o aparelho. Mas, fazer o quê...
Porém, como coisa ruim nunca vem sozinha (vai ver que a Juli estava em seu inferno astral, como dizem os astrólogos), no dia 26 de março, ela dirigia seu carrinho pela Avenida Silva Jardim e, ao tentar mudar de pista, não foi bem sucedida na manobra, fechou outro carro causando uma pequena colisão. Parou para se desculpar e conversar com o outro motorista, quando um policial fardado, conduzindo seu carro particular, parou do lado dela e a chamou pela janela. Certa de que iria receber alguma orientação, não titubeou em atendê-lo. E aí... Bem... Deixa que ela mesmo conta: "Fui surpreendida por um oficial grosseiro que após perguntar se eu estava bêbada, me chamou de ‘vagabunda' e me ameaçou de multa".
Juli entrou em estado de choque, como não poderia deixar de ser. Vagabunda, isso mesmo, com todas as letras, ela foi xingada pelo sujeito que deveria, no mínimo, lhe dar algum apoio. Chorou três dias sem parar, de raiva, de medo, de indignação, sentindo-se órfã no que diz respeito à segurança pública, sem saber a quem recorrer. Depois desabafou: "Que polícia é esta que, além de se abster de socorrer o cidadão, ainda se acha no direito de ofendê-lo? Certamente uma polícia que há tempos se esqueceu de que age por delegação e não por direito próprio. Alguém que se acredita acima da lei, e não um instrumento dela".
Não sei o que te dizer Juli, a não ser que sinto muito e que gostaria de dar um murro no nariz deste sujeito que certamente não merece vestir a farda que veste. Posso te garantir que tem gente bem melhor do que ele na corporação. Este indivíduo, com a grosseria e o gesto baixo, se nivelou aos bandidos que lhe roubaram o celular. Ele não lhe tirou nenhum pertence, mas roubou a confiança que você ainda poderia ter na nossa velha PM.
Volta para a Viúva
Só quem ganhou na mega sena acumulada no quesito, nunca teve problemas com as “otoridades”, para saber que isso não se constitui em exceção.
Este tipo de policial militar troglodita é acostumado a lidar diariamente com marginais, assumindo seus vícios, alicerçado pelo pouco tempo em que frequentou salas de aulas, agravado pelo fato de alguns deles somarem experiências ruins trazidas dos seus próprios lares no tempo em que eram crianças.
O que trás um agravante maior a este tipo de fato é sabermos que a Polícia Militar do soldado ao Coronel existem leitores assíduos da Tribuna do Paraná e que na corporação existe um setor denominado de serviço de inteligência, o qual poderia sem nenhuma dificuldade identificar o troglodita que teria ofendido não a Juli e sim uma das cidadãs que pagam o seu salário trabalhando diariamente de sol a sol ou de chuva a chuva, cinco ou seis dias por semana esperando apenas ser defendidas em seus direitos sem a mínima obrigatoriedade de ouvir xingamentos de sacatrapos fardados metidos a Ofélia achando sempre que tem razão.
Este tipo de elemento é defendido pelo corporativismo existente dentro da nossa PM, liderado pelos oficiais que tomaram conhecimento do fato e não fizeram absolutamente nada, me perdoem o termo chulo, cagando em cima do lema da corporação que é “Sua proteção é nosso compromisso”.
A nossa esperança esta voltada para os novos oficiais que a cada dia estão sendo formados desde a mais tenra idade, a princípio pelas escolinhas de polícia indo desembocar na academia do Guatupe onde com toda a certeza sairão oficiais cônscios que o seu primeiro e imediato dever será resgatar da erda a moral da corporação que para a maioria do povo paranaense não é uma aliada e sim um mal necessário.
Amanhã, destaque especial para a Maria Bonita.
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