quarta-feira, 4 de novembro de 2009

a eterna companheira

O que gostaria de ser

Desde criança tenho vocação para o humor, lembro de uma foto que tiraram no antigo primário lá no Grupo Escolar Conselheiro Zacarias onde um amigo chamado Paulo Damasceno saiu com cara de bunda segurando uma gargalhada por alguma besteira que devo lhe ter dito.

Já naquela época era o terror das professoras tendo sido um dos poucos casos na história do colégio onde um aluno foi transferido de classe duas vezes no mesmo ano porque as professoras não aguentavam minhas gracinhas e olhe que na primeira transferência fui parar em uma sala onde haviam duas professoras, as mais megeras do colégio, não o suficiente para manter enclausurada a minha veia gaiata.

Aproveitando a deixa, me vinguei das duas me matriculando no curso de admissão para o ginásio que era de propriedade das duas. Como diria o Zagalo, eles tiveram que me agüentar.

Pouquíssimas vezes, pelo menos que me lembre, ofendi as pessoas com minhas brincadeiras, a não ser idiotas com o um vendedor de consórcio de veículos que na época nunca tinha visto, que ousou me chamar de trouxa por um carro baleado que adquiri a base de troca de um safado metido a ludibriar trouxas iguais ao que vos escreve.
Estávamos em um bar na Vila Hauer aqui em Curitiba quando um amigo me perguntou porque eu não dava uma garibada no carro, tendo lhe respondido que me desiludira do citado depois que descobri que ele havia sofrido um cacete que obrigou o obrigou a trocar toda a estrutura da porta dianteira até o porta mala por outra apodrecida recuperada com massa corrida, não me permitindo passar a mais de 10 por hora em cima de uma lombada sob risco de deixar para traz 10 ou 20% do veículo.
Viu, disse meu detrator, o cara viu esta tua carão de trouxa e se aproveitou dizendo “vou passar este trouxa para trás”.
Eu até podia ter rido da ofensa que o idiota achou que era uma piada, mas como não o conhecia tratei de devolver na mesma moeda, com juros multa e correção monetária, em Euros.
Olhei com cara de cretino sofredor para ele lhe dizendo que não era especialista em veículos como ele e que portanto não tinha obrigação de saber se o carro estava ou não em petição de miséria.
Disse-lhe ainda que este tipo de engano podia acontecer com qualquer pessoa dentro da sua especialidade, da mesma forma que ocorreu comigo alguns meses antes quando estava em um sábado esperando alguns amigos para tomarmos uma cerveja como habitualmente fazíamos.
Do outro lado da rua em frente a um hospital que hoje não mais existe pela complacência das autoridades de saúde do município entre as quais o nosso vice-prefeito, um neném chorava desesperadamente nos braços de sua mãe, me fazendo atravessar a rua para perguntar-lhe se não havia conseguido consultar a criança por falta de dinheiro, coisa que ocorria frequentemente nos finais de semana onde os atendimentos eram particular, sem a opção de serem feitos pelo SUS.
A mãe me respondeu que o filho já havia sido atendido e estava chorando por ter ela esquecido em sua casa a chupeta dele e que o marido que era auxiliar de motorista de transportadora, tinha ido fazer uma entrega e que deveria estar de volta dentro de uma ou duas horas para apanhá-la já que ela estava sem dinheiro para voltar para a sua casa que ficava em uma das cidades metropolitana de Curitiba.
Com pena da pobre criança tirei da carteira 50 reais, os únicos que eu tinha e lhe dei, apontando para uma farmácia que ficava na esquina lhe dizendo que era para ela ir até lá e comprar uma chupeta para a criança, me devolvendo o troco na volta.
Com a chegada dos amigos me esqueci completamente da mulher e quase uma hora depois quando a galera já estava toda reunida é que fui me lembrar da distinta, indo até a esquina e não encontrando nem rastro da perva e seu pervinha.
Viu, disse em voz alta, quase gritando o meu ofensor, a mulher também te achou com a maior cara de trouxa. Ela deve ter pensado “vou dar um cambote neste gordo idiota”, “na época eu convivia com quase trinta quilos que contrabandeei para dentro de mim através de cerveja, whisky, picanha, costela, massas e todas as demais coisas salgadas ou doces que transformam uma agulha de costura em um paquiderme”.
Espera aí meu amigo, respondi a ele da forma mais pacifica que pude fazer, na época e até agora eu não tinha e nem tenho a mínima idéia
De quanto custa uma chupeta. Você que é metido a saber de tudo tem idéia?
Atér um idiota sabe que uma chupeta não custa mais de 2 reais, respondeu ele com um sorriso de satisfação por por provado a sua tese de que eu era o mais completo trouxa que Deus havia colocado no mundo.
No bar estavam aproximadamente umas trinta pessoas, tendo o proprietário abaixado o volume da televisão para escutar a história, debruçado no balcão junto da sua mulher e filha.
Na mira de trinta e três par de olhos que estavam a espera do final da história olhei para o meu oponente enquanto fingia abaixar o ziper da calça e detonei;
Se for só dois reais, pode vir que eu pago!!!
Daquele dia em diante quando nos encontramos o cara nunca mais olhou para a minha cara.
Tive todos os motivos do mundo para dar o troco, o que não significa de vez em quando, muito raramente eu não cometa uma ação completamente idiota como o fiz ao demonstrar o meu descontentamento pela ação de uma comissária de bordo que junto com um companheiro de profissão por conta de umas questões paralelas quebraram um bandolim em cima de um passageiro que reclamava de algo com relação aos serviços de bordo.
Lembro-me até hoje da idiotice que escrevi, dizendo que se ela só podia ser aeromoça, fosse ela médica, advogada ou tivesse qualquer outra formação superior teria se portado de forma diferente.
Foi sem sombra de dúvida a maior idiotice que disse em toda a minha vida, provado através de advogados como o Lalau, a Georgete, o Medina, e o médico molestador de mulheres que iam ao consultório para tratamento de fertilidade.

Isso foi uma coisa que nunca mais esquecerei, porque ofendi uma classe que tem por dever de profissão tratar todos muito bem, até idiotas como o que vos escreve.
Sempre que me lembro deste episódio fico com vergonha de mim mesmo, pedindo mentalmente desculpas a todas as comissárias de bordo do mundo por ter naquele dia comido erda e abrindo a boca para soltar uma bufa em forma de palavras.

Pode não ser motivo para um perdão, mas pelo menos não tento mascarar a minha inominável e idiotisticas palavras chamando-as de lúdicas como fez o governador do Paraná tentando minimizar a ofensa proferida por si contra os homossexuais através de nota oficial que só serviu para demonstrar que errar é humano, mas tentar justificar o erro através de uma tentativa de enganar não só a classe ofendida como toda a população é de uma total falta de civilidade, inteligência, honradez e porque não dizer hombridade, pois se esconde por detraz do cargo de governador de estado para ofender todos aqueles que não comungam das suas idéias e preferências dando a impressão de que se não for do seu agrado não pode existir.
Como me penitencio da bobagerm que escrevi ofendendo toda uma maravilhosa classe que é a das comissárias de bordo espero um dia ver estampado nos jornais um sincero pedido de desculpas por parte do governador para todos aqueles que ele ofendeu sem nenhum motivo ou motivado unicamente pela sua eterna companheira, a ignorância.

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