sábado, 17 de janeiro de 2009

PORTABILIÉCA

Portabiliéca
Estão discutindo a tal portabilidade como se fosse a coisa mais importante inventada depois da roda. Tenho a mais firme convicção que este é mais um daqueles fatos gerados para abafar discurso de mudo para uma platéia de surdos.
É uma medida que um numero irrisório de usuários de planos de saúde poderá usufruir sem, contudo poder afirmar que poderá levar grande vantagem, levando em consideração que todos os planos de saúde atuantes no mercado obedecem a mesma legislação, tendo os mesmos direitos e obrigações e quase o mesmo valor com relação as mensalidades.
Os usuários que pretendem mudar de plano o estão fazendo, por absoluta incompatibilidade com suas operadoras, principalmente se possuem doenças crônicas que os obriga a solicitar exames de alta complexidade, o que não é muito bem visto pelos planos de saúde que chegam a dificultar ao máximo as liberações, fazendo alegações absurdas na base do velho e popular, normas internas da empresa, que são coisas que inexistem dentro da legislação em vigor.
Se é assim, porque esta gente quer mudar de plano? Simples, na grande maioria dos casos, porque foram malandramente levados a isso através de um atendimento horrível recebido por partes de atendentes treinados para fazer o cliente pegar o seu boné e deitar o cabelo em direção a outra operadora, levando consigo o futuro prejuízo que irá proporcionar ao seu novo parceiro de negócios.
Sei que alguma operadora vai se sentir ofendida dizendo quer por lá este tipo de coisa não acontece, mas vamos pensar em um determinado caso onde uma pessoa que possui o plano de mensalidade mais em conta que é o ambulatorial e que depois de ter cumprido todas as carências foi vitimado por um câncer necessitando alem da cirurgia que nestes casos é bancada pelo SUS, tratamentos radio e quimioterápicos, infinitamente mais caros que a cirurgia e que nesses casos se forem feitos em regime ambulatorial, sem internação, são de obrigação da operadora.
Vamos pegar uma senhora como exemplo. Será que ela ao chegar na empresa de saúde munida com o pedido de liberação para um coquetel de drogas que pode chegar a quase vinte mil reais a seção, ela vai ser recebida com festa e a deferência daquela moça da propaganda que comprou e tomou aquele sorvete?
Pode até ser, mas só se ela estiver disposta a escutar o Ultraje a Rigor cantando para ela a música que de vez em quando roubo deles para cantar para os políticos que no refrão diz, FDP, é tudo FDP.
Na minha opinião, que é de um cara que trabalhou com planos de saúde durante 22 anos, este negócio de portabilidade não vai servir para nada, alem de criar mais uma encrenca para as operadoras que se verão obrigadas a aceitar pacientes problemáticos vindo de outras operadoras, porque neste segmento, cobra come cobra sem a menos deferência.
Então partindo do princípio que o atual diretor da ANS está querendo mostrar serviço, porque não permite que as pequenas empresas que saíram do mercado por não conseguirem cumprir as absurdas exigências para continuar operando, voltem e recriem planos alternativos de saúde para famílias, deixando de fora os grandes procedimentos de investigação diagnóstica e cirúrgicas que seriam de obrigação do SUS, como são até hoje nos casos de contratos antigos firmados antes de 1999.
Aí vai vir alguém do governo dizendo que isso é um retrocesso, que graças as medidas implantadas para a criação da nova legislação as famílias obtiveram ganhos na qualidade dos seus planos, ficando muitas coisas que não eram cobertas, asseguradas pela legislação em vigor.
Não estou discutindo isso e sim todas aquelas pessoas que foram alijadas dos planos de saúde privados, por não terem condições de pagar as mensalidades, mesmo em se tratando de planos firmados com pessoas jurídicas os quais se forem obrigatórios através de convenções coletivas de trabalho, proporcionam apenas uma parte da mensalidade do titular, ficando o empregado com o ônus da diferença relativa aos seus dependentes, que por menor que sejam, sempre se constituem um rombo se o empregado mora de aluguel, tem um ou dois filhos na escola e a sua parceira é do lar.
Alem do mais, sempre é bom lembrar que milhões de pessoas no Brasil tem plano de saúde, mas mensalmente tem em seus salários os descontos previdenciários cujo um certo percentual vai diretamente para os cofres do SUS, sem que ele traga nenhum benefício em matéria de saúde, não podendo misturar com o valor da previdência que é outros trocentos mil réis e que portando não entra nesta conta.
Acredito que o modelo que aí está, sobreviveu até hoje porque nenhum deputaiado, senador, homem público de cargo de confiança e os demais componentes da galera do trem da alegria dos altos salários, nunca necessitaram enfrentar um postinho de saúde correndo o risco de serem humilhados por atendentes, quer sejam médicos, enfermeiras (os) “existem, como também existem aqueles (as) que de tão bacanas parecem ser anjos enviados do Céu para atender os menos afortunados”, ou administrativos os quais julgam o povo um autentico pé no saco e não parte da classe que ajuda a pagar os seus salários.
Se os planos de saúde mais modestos pudessem retornar para atender as pessoas mais humildes, poderíamos desafogar os postinhos médicos fazendo sobrar mais dinheiro para os tratamentos de alta complexidade, que é a o calcanhar de Aquiles da população necessitada do nosso pais..

Faleceu um grande amigo
Ontem dei uma passadinha na Vila Hauer aqui em Curitiba e soube de uma notícia que me deixou tremendamente triste, que foi a morte do meu grande amigo Djalma Saldino, homem que por onde passou esbanjou competência, como no DER, onde se aposentou e no DETRAN de Curitiba, onde implantou o sistema de informatização do órgão, alem de ter participado ativamente na escolha e construção da unidade da Vila Hauer, depois de ter ajudado a comprar o terreno que serve de depósito de veículos apreendidos, o qual fica nas imediações da sede do órgão, no bairro do Tarumã, aqui em Curitiba.
Com certeza um dos maiores legados que deixou foi as atuais placas com três letras e quatro números, criação sua e que depois foi copiada por todos os DETRANS do Brasil.
O Djalma deixou alem de uma família maravilhosa, uma lacuna muito grande em um clube particular que tinha com alguns amigos, o qual se chama, Clube nãosinrite, localizado no bairro do Guabirotuba, onde os amigos se reúnem todas as sextas feiras para saborearem um jantar que a cada semana fica a cargo de um dos sócios, que tem que preparar ou levar o rango, sendo a bebida por conta do caixa do clube.
O mais legal é que o terreno está situado em uma região alagadiça a qual é constantemente inundada, servindo o barracão que foi construído acima da área que normalmente inunda, de depósito de móveis das pessoas que tiveram seus lares invadidos pelas águas, por livre e espontânea vontade dos sócios do clube, sem nenhum questionamento contrario de um só deles.
Todos os dias o Djalma um pouco antes do almoço dava uma passadinha no nosso amigo Jorge Chaveiro, pai do Paulinho, que é um Atleticano doente. Quando acontecia do atlético perder para o nosso time, o Djalma dava antes uma passadinha no Pró Vida, empresa onde eu trabalhava, só para perguntar o que eu estava tramando para sacanear o nosso amigo Pelik. Depois ele sai para o chaveiro, esperando eu chegar para me ver infernizar a vida do nosso amigo Jorge.
O Djalma era uma destas criaturas que Deus colocou no mundo só para nos sacanar, o tirando do nosso convívio muito cedo. Tenho certeza que este pensamento é comungado por todos aqueles que o conheceram e que tiveram o privilégio de um dia tê-lo chamado de amigo.
Fica com Deus, Véio, e um dia se eu for merecedor, tenho a certeza que nos reencontraremos aí no andar de cima.

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