Descaso ou fatalidade
Absolutamente ninguém pode ainda opinar sobre as razões do pavoroso acidente de ontem a tarde com o avião da TAM em São Paulo. Derrapagem, estouro de um pneu como no inicio divulgou-se, aquaplanagem, falta das ranhuras na pista, erro do piloto, nada destas coisas podem ser alegadas antes que todas as investigações se concluam. A única coisa que sem sombra de dúvidas pode ser confirmada é o pouco tamanho da pista a qual não deixa a mínima margem para uma manobra de emergência de grandes aeronaves, a julgar pelo quase acidente com o avião da Pantanal, que mesmo sendo menor que o da TAM, quase foi parar a avenida fora do aeroporto. Neste primeiro momento ficam apenas algumas impressões curiosas, como por exemplo, a primeira declaração do senhor José Serra, governador de São Paulo lastimando a morte do seu amigo, o deputado federal gaúcho que morreu no acidente. Quase duzentos mortos e ele cita em primeiro lugar o colega. Outra coisa esta sim bem pior, foi a desorganização, ou melhor a absoluta incompetência com que a TAM tratou os familiares das vitimas em ambos os aeroportos, deixando uma funcionária a mercê do desespero das famílias pela falta de informações. Nos guichês da companhia em Porto Alegre não aconteceu outra tragédia, só por Deus. Será que o acidente com o avião da Gol com o Legacy não ensinou absolutamente nada para este bando de incompetentes sobre se ter em mãos um plano emergencial para futuras fatalidades com os aviões de suas frotas? Um simples local onde pudessem reunir os familiares para colocá-los a par dos últimos acontecimentos ajudaria a não aumentar o pavoroso desespero que sempre se apodera de todos pela falta de notícias com relação a sobreviventes. Sei exatamente o que os familiares sentiram. Não nasci com um botão de pânico na palma da mão, antes de pensar em uma desgraça procuro analisar a situação sobre todos os ângulos procurando ainda me manter calmo para poder raciocinar melhor. E dou graças a Deus por ser assim, porque ontem meu irmão saiu de Curitiba com destino a São Paulo, de avião, onde vai trabalhar na feira de óculos, se não me engano no Centro Sul. Ao chegar em casa, perto das vinte horas liguei a televisão para assistir o jornal me deparando com o fim da notícia de que um avião que havia saído de Porto Alegre teria se acidentado em São Paulo. Normalmente os aviões que saem da capital Gaúcha fazem escala em Curitiba para embarque e desembarque de passageiros. Quando liguei para o celular dele o mesmo estava na caixa postal e ao tentar falar com minha cunhada descobri que ela havia trocado o numero. Felizmente meu irmão quase que imediatamente retornou a ligação nem se dando ao trabalho de perguntar se eu me assustara com a notícia, porque conhece muito bem o irmão que tem. Ele havia embarcado para Sampa na parte da manhã, mesmo assim quase ficou com a sobra, porque cinco minutos ante da fatalidade, passou em frente ao armazém atingido quando se deslocava com um amigo a caminho da feira onde trabalhará até sexta feira. Vendo a reação justificada dos familiares dos passageiros em Porto Alegre Imagino se não tivesse conseguido me comunicar com ele ou com minha cunhada naquele momento, como estaria meu estado de espírito. Tão ruim quanto qualquer acidente é o desespero pela incerteza ou esperança que os nossos possam ter sobrevividos.
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